| 08/09/2008 23h07min
O ministro Guido Mantega admitiu, nesta segunda-feira, que há um "problema" nas contas externas brasileiras, que têm registrado, neste ano, o seu pior resultado desde 1947, quando se inicia a série histórica sobre o indicador divulgado pelo Banco Central (BC). Em evento comemorativo dos 200 anos do Ministério da Fazenda, ele projetou uma tendência de subida do dólar frente ao real.
— Temos um problema de balanço de pagamentos (contas externas brasileiras). Como temos câmbio flutuante, às vezes ele flutua para baixo, às vezes para cima, como está fazendo agora. O que já era esperado com a queda do superávit da balança comercial e a retirada de recursos dos investidores por conta da crise internacional. Acho que (o dólar) vai continuar nessa trajetória (de alta) — disse.
Segundo sua avaliação, os investidores estão retirando recursos do Brasil para "preencher buracos que existem nas matrizes (países desenvolvidos)".
De acordo com Mantega, o
menor superávit da balança comercial
brasileira, aliada a uma menor disponibilidade de capitais especulativos no mercado externo, vai fazer com que o problema do real valorizado "se resolva sozinho".
Na avaliação do ministro , o problema do balanço de pagamentos (contas externas) tem que ser resolvido.
— Não pode cair abaixo de um certo nível — disse, sem citar valores.
De janeiro a julho deste ano, as contas externas registraram um déficit de US$ 19,5 bilhões, o pior resultado para este período desde 1947.
Crescimento sustentado
Em resposta à avaliação feita pelo economista Luiz Carlos Bresser Pereira, durante seminário na tarde desta segunda-feira, de que o desenvolvimento brasileiro não seria sustentável por conta do dólar baixo, Mantega discordou e disse que o país deverá crescer 5% neste ano, 4,5% em 2009 e 5% em 2010.
— O ciclo de crescimento já é o mais longo dos últimos 20
anos. Cresceremos um pouco menos em 2009, em torno de 4,5%, por conta das medidas
(subida de juros e IOF maior para empréstimos) que tomamos para moderar a demanda e o crédito. Acho um pouco exagerado o crédito crescendo de 30% a 32%. Podia crescer só de 20% a 25%. Assim teremos condição de fazer 4,5% de crescimento em 2009 e 5% em 2010 — concluiu ele.
As informações são do site G1.
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, durante inauguração de placa comemorativa dos 200 anos do ministério
Foto:
Marcello Casal Jr, BR
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